Treinamento Mental e Visualização no Esporte |
Por: Guilherme Pineschi
Os termos “treinamento de habilidades psicológicas”, “treinamento mental” e “preparação mental” são equivalentes. Referem-se ao treinamento cujo objetivo é permitir que o esportista atinja - com regularidade - as condições ideais de rendimento através da aprendizagem e do desenvolvimento de habilidades mentais.
O treinamento mental é uma modalidade de intervenção psicológica que faz parte do arsenal técnico da Psicologia do Esporte, da mesma forma que a “psicologia clínica aplicada ao esporte”. No entanto, diferencia-se desta última: é essencialmente voltado para o contexto esportivo e otimização do rendimento, e pressupõe um foco educacional e uma relação psicopedagógica entre treinador mental e atleta.
Em função das informações coletadas em uma avaliação psicológica detalhada - na qual tenham sido examinados aspectos estruturais (personalidade) e contextuais (prática esportiva, estrutura familiar e vida social, projeto escolar-profissional) - e do interesse manifestado pelo esportista, determina-se o tipo de atividade psicológica a ser realizada: treinamento mental, na hipótese de o alvo da intervenção ser o manejo do estresse competitivo e a melhora do desempenho; acompanhamento psicológico (clínico), se as necessidades do atleta ultrapassarem o âmbito do rendimento esportivo. Caso o trabalho selecionado seja do tipo “treinamento mental”, será preciso uma avaliação específica dos níveis atuais das habilidades mentais esportivas.
Um programa de treinamento mental envolve várias sessões, e compreende três etapas principais: formação, treinamento e aplicação. A fase deformação consiste na aprendizagem de diferentes técnicas de treinamento mental - através da realização de exercícios - e na identificação dos procedimentos que atendem as necessidades do esportista em cada uma das habilidades psicológicas incluídas no programa. Já o treinamento responde pela repetição das técnicas escolhidas, operacionalização (implantação de adaptações, visando a uma maior funcionalidade), automatização e integração dos procedimentos à rotina de treino e competição. A fase de treinamento abrange o treinamento dirigido (com a presença do treinador mental) e o treinamento pessoal (desacompanhado, realizado no período entre duas sessões de treinamento dirigido). Na etapa de treinamento, a autonomia do esportista é reforçada para que este seja capaz de contar consigo mesmo. Por fim, o estágio de aplicação refere-se à utilização, durante as competições (contexto estressante), das técnicas de treinamento mental aprendidas e treinadas.
Para que um programa de treinamento mental tenha êxito, é muitas vezes necessário que, em uma fase preliminar (antes da tríade “formação-treinamento-aplicação”), tenha havido um trabalho de sensibilização dos atletas quanto à influência das habilidades psicológicas no desempenho esportivo e de aumento do nível de consciência de emoções e sensações físicas.
Leia Artigo Completo no Informativo Técnico-Científico do Comitê Olímpico Brasileiro nº 15 de Mar/Abr 2010
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